Apresentamos a seguir o desempenho econômico-financeiro do exercício de 2016, sob a ótica gerencial, comparando-o com o exercício de 2015. Na visão gerencial as contas são realocadas e agrupadas de acordo com a necessidade de informação para tomada de decisão, sendo apresentadas sob uma perspectiva diferente da Demonstração de Resultado do Exercício – DRE societária.

Resultado Consolidado



Os demonstrativos por Plano (de Associados e CASSI Família), bem como a análise das principais linhas da DRE gerencial, acima, são apresentados nas próximas seções, após os comentários dos itens consolidados.


Contraprestações Efetivas de Operações com Planos de Assistência à Saúde (Receitas Básicas)

Na visão gerencial consolidada, as receitas básicas são compostas por contribuições do Plano de Associados, ressarcimentos de convênios de saúde com o Banco do Brasil e de reciprocidade com outras entidades, bem como mensalidades do Plano CASSI Família.

A variação de 9,7% nas Contraprestações Correntes em 2016, quando comparado ao exercício anterior, deve-se ao reajuste de salários e benefícios dos funcionários, aposentados e pensionistas do Banco do Brasil e à correção das mensalidades do Plano CASSI Família. As receitas de contraprestações foram impactadas negativamente pelo decréscimo de 8.279 contribuintes (1.952 no Plano de Associados e 6.327 no Plano CASSI Família).

 



Com o efeito das contribuições dos Associados referentes ao Benefício Especial Temporário (BET) e da Contribuição Temporária e Extraordinária (CTE), a partir de dezembro/2016, o crescimento seria de 9,4%.

 

Eventos Indenizáveis Líquidos (Despesas Básicas)

Neste grupo são registradas as despesas com serviços médicos, hospitalares e laboratoriais da Rede Credenciada, parte dos custos dos Serviços Próprios, despesas com os Programas de Assistência Farmacêutica (PAF) e de Assistência Domiciliar (PAD), outros benefícios oferecidos pela CASSI, além das provisões técnicas, como a PEONA - Provisão para Eventos Ocorridos e Não Avisados, constituída para fazer frente ao pagamento de eventos que já tenham possivelmente ocorrido, mas que não tenham sido registrados contabilmente.

A variação de 8,1% nos Eventos Indenizáveis Líquidos, em comparação com 2015 é justificada pela inflação saúde, que representa o crescimento das despesas assistenciais devido à elevação de preços dos serviços de saúde, ao aumento de coberturas, ao incremento na quantidade de procedimentos realizados (internações, exames, terapias e consultas) e à incorporação de inovações tecnológicas e novos medicamentos.

A partir de dezembro de 2016, por força do Memorando de Entendimentos celebrado com as Entidades Representativas do Funcionalismo, o Banco do Brasil passou a ressarcir à CASSI o valor referente às despesas dos programas vigentes (PAD e PAF), às coberturas especiais e à estrutura própria (CliniCASSI), vinculadas ao Plano de Associados (ativos, aposentados e pensionistas), limitado a R$ 23 milhões. Desse total, R$ 20,2 milhões estão registrados como recuperação de Eventos Indenizáveis Líquidos e R$ 2,8 milhões como recuperação de Despesas Administrativas.

 




Desconsiderando-se o efeito do Ressarcimento Temporário e Extraordinário – RTE, o crescimento corrente dos Eventos Indenizáveis Líquidos seria de 8,7%.

 

Despesas Administrativas

A redução de 7,1% nas Despesas Administrativas foi impactada principalmente pela revisão das provisões para multas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa revisão resultou na reversão de R$ 32,2 milhões, sendo mantidas provisões  apenas para aquelas multas cuja possibilidade de perda seja provável. Também contribuíram para a variação verificada o Ressarcimento Temporário e Extraordinário – RTE, referente à estrutura própria (CliniCASSI) no montante de R$ 2,8 milhões.

Desconsiderando-se o efeito extraordinário da provisão para multas da ANS e do Ressarcimento Temporário e Extraordinário – RTE, a variação no custeio corrente seria de 11,4%, o que reflete os reajustes dos salários e benefícios dos funcionários, dos custos com localização e funcionamento e os reajustes dos serviços de terceiros.

 





A distribuição das Despesas Administrativas, na visão gerencial, por grupo, é apresentada a seguir.

 



Outras Receitas Operacionais


 

Em 2016, as Outras Receitas Operacionais cresceram 67,4% em relação a 2015, principalmente pela ativação de crédito tributário decorrente de ação judicial transitada em julgado favorável à CASSI, e em desfavor da União, referente à cobrança indevida de contribuição previdenciária incidente sobre valores pagos às cooperativas.

Do valor total do crédito tributário (R$ 38,7 milhões), R$ 28,2 milhões correspondem ao valor principal do tributo cobrado indevidamente, e que foram registrados neste grupo. O valor remanescente de R$ 10,5 milhões decorrente de atualização monetária foi registrado no grupo “Resultado Financeiro Líquido”.

Além da ativação do credito tributário (INSS) de R$ 28,2 milhões, as Outras Receitas Operacionais, foram impactadas, também, pela reversão de provisão de multas da ANS de R$ 32,2 milhões e pelo recebimento de R$ 5,4 milhões do Convênio PAS – Programa de Assistência Social, referentes a exercícios anteriores.

Excluído os efeitos extraordinários, a variação das Outras Receitas Operacionais seria de 9,6%.

Além da recuperação de despesas de exercícios anteriores, este grupo contempla o ressarcimento de despesas relativas ao grupo de Dependentes Indiretos, realizado pelo Banco do Brasil.

 

Outras Despesas Operacionais

Em comparação ao ano anterior, o aumento de 80,9% deve-se ao registro de maior volume de Provisão para Perdas sobre Créditos – PPSC, refletindo o impacto da crise econômica brasileira no mercado de planos de saúde. Com a deterioração do cenário econômico brasileiro, as operadoras de planos de saúde perderam muitos beneficiários, o que tem gerado inadimplência e o cancelamento dos planos.

 



Resultado Operacional

Em 2016, o Resultado Operacional melhorou 22,9% quando comparado a 2015, influenciado pelo crescimento das Contraprestações Líquidas (9,4%) em patamar superior ao crescimento dos Eventos Indenizáveis Líquidos (8,1%). O Resultado das Operações, negativo em R$ 55,8 milhões, somados às Despesas Administrativas e Operacionais (R$ 361,6 milhões) e às Outras Receitas Operacionais (R$ 107,6 milhões), produziu resultado operacional negativo de R$ 309,8 milhões, conforme demonstrado no gráfico a seguir.

 





Resultado Financeiro Líquido

O Resultado Financeiro Líquido é composto de receitas e despesas financeiras. As receitas financeiras compõem-se de aplicação de recursos no mercado financeiro, atualização monetária de depósitos judiciais e receitas por recebimento em atraso e descontos obtidos, enquanto que as despesas financeiras registram despesas decorrentes de aplicações financeiras, empréstimos, descontos concedidos, encargos provenientes de pagamentos em atraso, impostos e contribuições devidos sobre as aplicações financeiras e suas provisões, e demais encargos sobre tributos não relacionados às aplicações.

Em 2016, o Resultado Financeiro Líquido foi inferior em 11,4%, quando comparado ao exercício anterior, conforme mostra o gráfico a seguir.

 





O Resultado Financeiro Líquido da CASSI foi menor do que no exercício anterior por conta da diminuição das reservas financeiras, que foram afetadas pelo consumo de recursos no montante de R$ 237,1 milhões, sendo R$ 153,4 milhões de rendimentos das aplicações financeiras e R$ 83,7 milhões de consumo do volume total da reserva.

Em 2016, a CASSI registrou R$ 2,9 milhões de despesas com encargos, provenientes de empréstimo tomado junto ao Banco do Brasil.


Resultado Líquido

Apesar de negativo em R$ 159,4 milhões, o Resultado Líquido de 2016 melhorou 31,9% em relação ao de 2015, deficitário em R$ 234,0 milhões. Sem o efeito extraordinário do recebimento de R$ 3,8 milhões do BET, da Contribuição Temporária e Extraordinária – CTE (R$ 17,5 milhões) e do Ressarcimento Temporário e Extraordinário – RTE (R$ 23 milhões), o resultado líquido recorrente teria sido negativo em R$ 203,7 milhões, como demonstrado no gráfico a seguir.

 





Reservas Financeiras

Os gráficos a seguir apresentam as variações das Reservas por plano e composição por modalidade de aplicação, nos últimos três exercícios.

 









Rentabilidade das Reservas Financeiras

As reservas financeiras da CASSI estão distribuídas em diferentes instrumentos financeiros, divididos no segmento de renda fixa e de renda variável.

Na renda fixa estão classificados os Fundos Exclusivo Advantage 39 e BB Curto Prazo R$ 10 milhões – administrados pela BB DTVM, além do depósito cooperativo (RDB Cooperforte) e da carteira própria formada por títulos públicos federais. No segmento renda variável, os recursos estão aplicados no Fundo BB Ações Saúde Bem-Estar, também administrado pela BB DTVM.

Em 2016, na avaliação pela curva dos papéis da carteira própria, a rentabilidade consolidada das aplicações em renda fixa foi 14,05%, o que representa 100,24% da Taxa Média Selic – TMS, que acumulou 14,02% no mesmo período.

A rentabilidade consolidada das reservas financeiras de renda fixa, ajustadas ao valor de mercado, foi 14,11%, o que representa 100,65% da TMS. Este ajuste não impacta o resultado da CASSI, visto que é lançado em conta destacada do Patrimônio Líquido (PL) por se tratar de aplicações classificadas como “Disponíveis para Venda”. O ano de 2016 foi marcado pelo cenário de incertezas da política econômica brasileira e internacional, que influenciaram os negócios com os títulos prefixados e indexados à inflação. Os gráficos a seguir apresentam a rentabilidade das aplicações em renda fixa, apurada pelo valor de mercado e pela curva dos papéis.

 





A CASSI mantém parte dos recursos livres no Fundo de Investimentos BB Ações Saúde Bem-Estar, que apresentou a rentabilidade demonstrada a seguir.

 





 

Em 2016, o rendimento do Fundo de Ações Saúde Bem-Estar foi de 47,02%, superior ao do IBRX-50, que foi de 36,82%. O IBRX-50 é considerado um dos principais índices de acompanhamento do mercado acionário brasileiro. Destaca-se, ainda, que o índice Bovespa acumulou valorização de 38,93%, no mesmo período.

 


Índice de Eficiência

Expressa o consumo das Contraprestações Efetivas de Operações com Planos de Assistência à Saúde pelas Despesas Administrativas, conforme fórmula demonstrada a seguir.





O Índice de Eficiência, sem o impacto dos fatos extraordinários, vem melhorando nos últimos exercícios, mantendo-se em patamares inferiores a 10%. Em 2016, o índice foi de 9,1%, como mostra o gráfico a seguir.





Demonstrativo por Plano

Plano de Associado

 



Contraprestações Efetivas de Operações com Plano de Assistência à Saúde (Receitas Básicas)

Em 2016, as Contraprestações do Plano de Associados cresceram 9,3%, quando comparadas ao exercício anterior. Com o efeito do recebimento das contribuições sobre o BET (R$ 3,8 milhões) e da Contribuição Temporária e Extraordinária – CTE (R$ 17,5 milhões), o crescimento foi de 9,9%, conforme demonstrado no gráfico a seguir.

 



Eventos Indenizáveis Líquidos (Despesas Básicas)

Em 2016, os Eventos Indenizáveis Líquidos do Plano de Associados cresceram 6,0%, alcançando
R$ 2,1 bilhões, considerando o Ressarcimento Temporário e Extraordinário – RTE de R$ 20,2 milhões. Sem o efeito do RTE, a variação seria de 7,0%.

 





Resultado Líquido

Em 2016, o Resultado Líquido do Plano de Associados, deficitário em R$ 188,8 milhões, foi impactado positivamente pelo recebimento das contribuições sobre o BET (R$ 9,0 milhões em 2014, R$ 28,3 milhões em 2015 e R$ 3,8 milhões em 2016), e das receitas extraordinárias de R$ 40,5 milhões em 2016 (Contribuição Temporária e Extraordinária – CTE de R$ 17,5 milhões e o Ressarcimento Temporário e Extraordinário – RTE de R$ 23 milhões). Sem os fatos extraordinários, o déficit seria de R$ 233,1 milhões.

 





Plano CASSI Família




Contraprestações Efetivas de Operações com Planos de Assistência à Saúde (Receitas Básicas)

O crescimento de 9,5% nas Contraprestações Líquidas do Plano CASSI Família em 2016, quando comparadas com 2015, foi impactado pelo reajuste das mensalidades (16,60% para o Plano CASSI Família I e 13,50% para o Plano CASSI Família II) a partir de agosto de 2016, no aniversário do contrato, além do reajuste aplicado por mudança de faixa etária e pelo decréscimo de 6.327 contribuintes.

 



Eventos Indenizáveis Líquidos (Despesas Básicas)

Os Eventos Indenizáveis Líquidos do Plano CASSI Família cresceram 10,9% em 2016, quando comparados com 2015, alcançando R$ 1,7 bilhão, conforme a seguir.

 



Outras Receitas Operacionais



Em 2016, as Outras Receitas Operacionais cresceram 575,2% em relação a 2015, impactadas pela reversão de provisão de multas da ANS de R$ 13,3 milhões e pela ativação de crédito tributário de R$ 11,5 milhões, decorrente de ação judicial transitada em julgado favorável à CASSI, em desfavor da União, referente à cobrança indevida de contribuição previdenciária incidente sobre valores pagos às cooperativas.

Sem os efeitos extraordinários, as Outras Receitas Operacionais teriam variação negativa de 7,5%.

 

Resultado Líquido

O Resultado Líquido do Plano CASSI Família, superavitário em R$ 29,4 milhões, aumentou 60,3% em relação ao exercício anterior. O número foi influenciado principalmente pela melhora no resultado operacional em relação a 2015, causada pelo crescimento das Outras Receitas Operacionais (575,2%).