Apresentamos a seguir o desempenho econômico-financeiro do exercício de 2017, sob a ótica gerencial, comparando-o com o exercício de 2016. Na visão gerencial as contas são realocadas e agrupadas de acordo com a necessidade de informação para tomada de decisão, sendo apresentadas sob uma perspectiva diferente da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) societária.

Resultado Consolidado



Os demonstrativos por Plano (de Associados e CASSI Família), bem como a análise das principais linhas da DRE gerencial, acima, são apresentados nas próximas seções, após os comentários dos itens consolidados.


Contraprestações Efetivas de Operações com Planos de Assistência à Saúde (Receitas Básicas)

Na visão gerencial consolidada, as receitas básicas são compostas por contribuições do Plano de Associados, ressarcimentos de convênios de saúde com o Banco do Brasil e de reciprocidade com outras entidades, bem como mensalidades do Plano CASSI Família.

A variação positiva de 9,6% nas Contraprestações Correntes em 2017, quando comparado ao exercício anterior, deve-se ao reajuste de salários e benefícios dos funcionários, aposentados e pensionistas do Banco do Brasil, e pela correção das mensalidades do Plano CASSI Família. Por outro lado, as receitas de contraprestações foram impactadas, negativamente, pelo decréscimo de 10.739 contribuintes (2.965 no Plano de Associados e 7.774 no Plano CASSI Família).

Com o efeito das contribuições dos Associados referentes ao Benefício Especial Temporário (BET) e da Contribuição Temporária e Extraordinária (CTE), o crescimento seria de 15,9%, conforme gráfico a seguir:

 



 

Eventos Indenizáveis Líquidos (Despesas Básicas)

Neste grupo são registradas as despesas com serviços médicos, hospitalares e laboratoriais da rede credenciada, parte dos custos dos serviços próprios, despesas com os Programas de Assistência Farmacêutica (PAF) e de Assistência Domiciliar (PAD), outros benefícios oferecidos pela CASSI, além das provisões técnicas, como a PEONA - Provisão para Eventos Ocorridos e Não Avisados, constituída para fazer frente ao pagamento de eventos que já tenham possivelmente ocorrido, mas que não tenham sido apresentados à CASSI.

A variação de 15,4% nos Eventos Indenizáveis Líquidos em 2017 (demonstrada no gráfico a seguir), em comparação com 2016 é justificada pela inflação saúde, que representa o crescimento das despesas assistenciais devido à elevação de preços dos serviços de saúde, ao aumento de coberturas, ao incremento na quantidade de procedimentos realizados (internações, exames, terapias e consultas) e à incorporação de inovações tecnológicas e novos medicamentos.

 




Ainda com relação ao crescimento dos Eventos Indenizáveis, foi registrado, no exercício de 2017, incremento de R$ 133,3 milhões na provisão da PEONA.

A partir de dezembro de 2016, por força do Memorando de Entendimentos celebrado com as entidades representativas do funcionalismo, o Banco do Brasil passou a ressarcir à CASSI o valor referente às despesas dos programas vigentes (PAD e PAF), às coberturas especiais e à estrutura própria (CliniCASSI), vinculadas ao Plano de Associados, totalizando R$ 277,2 milhões em 2017. Desse montante, R$ 245,0 milhões estão registrados como recuperação de Eventos Indenizáveis Líquidos e R$ 32,2 milhões, como recuperação de Despesas Administrativas.

Desconsiderando-se o efeito do Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE), o crescimento corrente dos Eventos Indenizáveis Líquidos seria de 21,2%.

Despesas Administrativas

A redução de 2,7% nas Despesas Administrativas foi impactada principalmente pelo Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE), referente à estrutura própria (CliniCASSI) no montante de R$ 32,2 milhões.

Desconsiderando-se o efeito extraordinário do Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE), a variação no custeio corrente seria de 6,0%, o que reflete os reajustes dos salários e benefícios dos funcionários, dos custos com localização e funcionamento e os reajustes dos serviços de terceiros, conforme demonstrado no gráfico a seguir:

 





A distribuição das Despesas Administrativas, na visão gerencial, por grupo, é apresentada a seguir:

 



Outras Receitas Operacionais


Em 2017, as Outras Receitas Operacionais reduziram 22,9% em relação ao exercício anterior, principalmente devido à ativação do crédito tributário, decorrente de ação judicial transitada em julgado favorável à CASSI, no valor de R$ 28,2 milhões, ocorrida em 2016 e que não se repetiu em 2017.

Além da recuperação de despesas de exercícios anteriores, esse grupo contempla o ressarcimento de despesas relativas ao grupo de Dependentes Indiretos, realizado pelo Banco do Brasil.

Outras Despesas Operacionais

Conforme se observa no gráfico a seguir, o aumento de 68,8% em Outras Despesas Operacionais em 2017, quando comparado ao ano anterior, deve-se ao registro de maior volume de Provisão para Perdas sobre Créditos (PPSC) baixados para perdas, refletindo o impacto da crise econômica brasileira no mercado de planos de saúde. Com a deterioração do cenário econômico brasileiro, as operadoras de planos de saúde perderam beneficiários, devido à inadimplência e ao cancelamento dos planos.

 



Resultado Operacional

Em 2017, o crescimento dos Eventos Indenizáveis em 15,4% contribuiu para que o Resultado das Operações apresentasse saldo negativo de R$ 45,2 milhões que, somados às Despesas Administrativas e Operacionais (R$ 370,6 milhões) e às Outras Receitas Operacionais (R$ 82,9 milhões), produziu resultado operacional negativo de R$ 332,9 milhões, conforme demonstrado no gráfico a seguir.

 



Resultado Financeiro Líquido

O Resultado Financeiro Líquido é composto de receitas e despesas financeiras. As receitas financeiras compõem-se de aplicação de recursos no mercado financeiro, atualização monetária de depósitos judiciais e receitas por recebimento em atraso e descontos obtidos, enquanto que as despesas financeiras registram despesas decorrentes de movimentações financeiras, empréstimos, descontos concedidos, encargos provenientes de pagamentos em atraso, impostos e contribuições devidos sobre as aplicações financeiras e suas provisões e demais encargos sobre tributos não relacionados às aplicações.

Em 2017, o Resultado Financeiro Líquido foi inferior em 15,3%, quando comparado ao exercício anterior, conforme mostra o gráfico a seguir:





O Resultado Financeiro Líquido da CASSI foi menor do que no exercício anterior devido à diminuição do volume total das reservas financeiras em R$ 65,6 milhões, ocasionada pelo consumo de recursos no valor de R$ 177,5 milhões, que superam os rendimentos financeiros de R$ 111,9 milhões.

Resultado Líquido

Comparado ao exercício anterior, o Resultado Líquido de 2017 foi agravado em R$ 46,8 milhões. Sem o efeito extraordinário do recebimento do Benefício Especial Temporário (BET) – R$ 37,6 milhões, da Contribuição Temporária e Extraordinária (CTE) – R$ 221,8 milhões e do Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE) – R$ 277,2 milhões, o resultado líquido recorrente teria sido negativo em R$ 742,7 milhões, como demonstrado no gráfico a seguir:

 



Reservas Financeiras

Os gráficos a seguir apresentam as variações das Reservas por plano e composição por modalidade de aplicação, nos últimos três exercícios.

 







Rentabilidade das Reservas Financeiras

As reservas financeiras da CASSI estão alocadas em diferentes instrumentos financeiros, predominantemente de renda fixa.

Os recursos que estavam aplicados em renda variável (Fundo BB Ações Saúde Bem-Estar) foram resgatados no mês de setembro/2017 e aplicados no Fundo Exclusivo Advantage 39 - Renda Fixa, administrado pela BB DTVM. As aplicações nos fundos Exclusivo Advantage 39 e BB Curto Prazo R$ 10 milhões – também administrados pela BB DTVM, além do depósito cooperativo (RDC Cooperforte) e da carteira própria formada por títulos públicos federais estão classificados na Renda Fixa.

Na avaliação pela curva dos papéis da carteira própria, a rentabilidade consolidada das aplicações em renda fixa no ano de 2017 foi de 11,04%, o que representa 111,1% da Taxa Média Selic (TMS), que acumulou 9,94% no mesmo período.

A rentabilidade consolidada das reservas financeiras de renda fixa, ajustadas ao valor de mercado, foi de 11,12%, o que representa 111,9% da TMS. Este ajuste não impacta o resultado da CASSI, visto que é lançado em conta destacada do Patrimônio Líquido (PL), por se tratar de aplicações classificadas como "Disponíveis para Venda". O ano de 2017 foi marcado pelo cenário de incertezas da política econômica brasileira e forte redução na taxa de juros, que influenciaram os negócios com os títulos prefixados e indexados à inflação. Os gráficos a seguir apresentam a rentabilidade das aplicações em renda fixa, apurada pelo valor de mercado e pela curva dos papéis.





Até o mês de setembro/2017 a CASSI manteve aplicação em Renda Variável por meio do Fundo BB Ações Saúde Bem-Estar. Trata-se de fundo de investimento que aplica seus recursos em ações de emissão de empresas relacionadas ao setor de saúde, fármaco-hospitalar, seguridade, bem-estar e consumo. Este investimento foi resgatado em setembro/2017, pelo valor líquido de R$ 35,3 milhões e direcionado à aplicação em Renda Fixa.





 

Em 2017, o rendimento do Fundo de Ações Saúde Bem-Estar foi de 42,26%, superior ao do IBRX50, que foi de 23,40%. O IBRX-50 é considerado um dos principais índices de acompanhamento do mercado acionário brasileiro.

Índice de Eficiência

Expressa o consumo das Contraprestações Efetivas de Operações com Planos de Assistência à Saúde pelas Despesas Administrativas, conforme fórmula demonstrada a seguir.

 



O Índice de Eficiência, sem o impacto dos fatos extraordinários, vem melhorando nos últimos exercícios, mantendo-se em patamares inferiores a 10%. Em 2017, o índice foi de 8,8%, como mostra o gráfico a seguir:

 

 

Demonstrativo por Plano

 

Plano de Associado

 

 

Contraprestações Efetivas de Operações com Plano de Assistência à Saúde (Receitas Básicas)

Em 2017, as Contraprestações Correntes do Plano de Associados cresceram 6,3%, quando comparadas ao exercício anterior. Com o efeito do recebimento das contribuições sobre o BET – R$ 37,6 milhões e da Contribuição Temporária e Extraordinária (CTE) – R$ 221,7 milhões, o crescimento foi de 19,1%, conforme demonstrado no gráfico a seguir:

 

 

Eventos Indenizáveis Líquidos (Despesas Básicas)

Em 2017, os Eventos Indenizáveis Líquidos do Plano de Associados cresceram 12%, alcançando R$ 2,3 bilhões, considerando o Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE) de R$ 245 milhões. Sem o efeito do RTE, a variação seria de 22,5%, como mostra o gráfico a seguir:

 



Resultado Líquido

Em 2017, o Resultado Líquido do Plano de Associados, deficitário em R$ 86,1 milhões, foi impactado positivamente pelo recebimento das contribuições sobre o BET, em R$ 37,6 milhões, e das receitas extraordinárias de R$ 498,9 milhões – R$ 221,7 milhões de Contribuição Temporária e Extraordinária (CTE) e R$ 277,2 milhões de Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE). Sem os fatos extraordinários, o déficit seria de R$ 622,6 milhões, conforme gráfico a seguir:

 



Plano CASSI Família

 

 

Contraprestações Efetivas de Operações com Planos de Assistência à Saúde (Receitas Básicas)

O crescimento de 12,8% nas Contraprestações Líquidas do Plano CASSI Família em 2017 – quando comparadas com 2016 (demonstrado no gráfico a seguir), foi impactado pelo reajuste das mensalidades (12,43% para o Plano CASSI Família I e 9,05% para o Plano CASSI Família II) a partir de agosto de 2017, no aniversário do contrato, além do reajuste aplicado por mudança de faixa etária e pelo decréscimo de 7.774 contribuintes.



Eventos Indenizáveis Líquidos (Despesas Básicas)

Os Eventos Indenizáveis Líquidos do Plano CASSI Família cresceram 19,6% em 2017, quando comparados com 2016, alcançando R$ 2 bilhões, conforme demonstrado no gráfico a seguir:

 



Outras Receitas Operacionais

Em 2017, a redução de 7,1% apresentada em Outras Receitas Operacionais, deve-se ao fato de que as receitas de 2016 foram impactadas pela reversão de provisão de multas da ANS e pela ativação do crédito tributário, conforme gráfico a seguir:

 

 

Resultado Líquido

O Resultado Líquido do Plano CASSI Família, deficitário em R$ 120 milhões, demonstrado no gráfico a seguir, foi influenciado, principalmente, pelo agravo no resultado operacional em relação a 2016, ocasionado pelo crescimento dos Eventos Indenizáveis Líquidos (19,6%).