Vivemos um período de muitos desafios, impostos pelo mercado da saúde e pelas novas tecnologias para tratamento de doenças, que resultam em elevados índices de agravamento dos custos assistenciais (inflação saúde), acima dos índices de inflações oficiais de mercado, com o consequente descasamento entre receitas e despesas que evidenciam uma situação preocupante e comum à maioria das autogestões e demais operadoras de saúde. E a nossa CASSI, apesar de todos os esforços em busca da sustentabilidade, não conseguiu fugir dessa realidade e fechou 2017 com déficit.

As informações apresentadas nas próximas páginas refletem o cenário vivenciado pela CASSI e que vem sendo apresentado ao corpo social nos últimos anos, por meio dos Relatórios Anuais e das prestações de contas feitas ao patrocinador e às entidades representativas do funcionalismo e dos aposentados do Banco do Brasil, em razão do Memorando de Entendimentos. Trata-se de um contexto que aponta o aumento sistemático de despesas, resultando em um déficit de R$ 206,2 milhões em 2017.

Como forma de partilhar essa realidade, trazendo ainda mais transparência ao processo e atendendo sugestões dos participantes, desde março de 2017, passamos a disponibilizar em nosso site o "Visão Cassi", na área privativa dos associados. O hotsite traz os balancetes mensais atualizados e o histórico de despesas, onde é possível acompanhar a evolução mensal dos resultados, bem como os principais indicadores de gestão.

Os números demonstram que o empenho da CASSI, aliado ao apoio dos associados e do patrocinador Banco do Brasil – responsáveis pelo incremento de R$ 40 milhões mensais, decorrente da contribuição extraordinária e do ressarcimento de despesas vinculadas a ações de saúde dos funcionários do Banco, respectivamente – não tem sido suficiente para garantir a sustentabilidade do Plano. No capítulo Análise econômico-financeira, publicado nas páginas de 27 a 41, você poderá esclarecer dúvidas sobre esse comportamento financeiro.

Cientes de nossa responsabilidade em buscar alternativas para construir uma CASSI mais forte, adotamos várias medidas para afastar o risco de interrupção dos serviços de saúde. Dentre elas, a aprovação pela Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo de um plano de curto prazo, que contempla um conjunto de iniciativas que contribuirão para redução de despesas básicas, aperfeiçoamento da gestão da rede própria, adequações na gestão de tecnologia da informação e revisão das políticas de gestão de pessoas. São ações para execução dentro de 90 a 360 dias, propostas por gestores da CASSI, com base em temas que já estavam em elaboração em suas áreas, além de outros identificados no decorrer dos trabalhos da consultoria Accenture – empresa contratada pelo Banco do Brasil conforme previsto no Convênio de Cooperação Técnica entre CASSI e o Banco do Brasil.

Outra medida que materializa o compromisso de todos os envolvidos com a CASSI é o adiantamento de R$ 323 milhões, cuja liberação da primeira parcela ocorreu em fevereiro de 2018, referente à parte patronal da contribuição sobre o décimo terceiro salário de funcionários da ativa do Banco do Brasil dos próximos quatro anos. Tal antecipação contribuirá para a manutenção das reservas legais em 2018. Apesar de não resolver a questão de solvência e da liquidez de longo prazo, permite que CASSI, associados e patrocinador, juntos, tenham mais tempo para construir alternativas que garantam a sustentabilidade de nossa Caixa de Assistência para o longo prazo.

Mas o ano de 2017 marcou ainda o reforço do papel da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do Modelo Assistencial CASSI, como eixos estratégicos da Instituição. A ESF obteve reconhecimentos importantes junto à Agência Nacional de Saúde (ANS) e à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Foi considerada experiência inovadora em Atenção Primária à Saúde e referência como Programa de Saúde.

Outra importante ação da CASSI, no exercício de 2017, foi a publicação do Boletim Epidemiológico, um marco na produção de conhecimento em saúde. Pela primeira vez, a CASSI tem um retrato claro e completo sobre sua morbimortalidade. Com análises e descrições em vários recortes (por estado da federação, por sexo, por cadastramento ou não na ESF etc), o Boletim é uma ferramenta essencial para a gestão, subsidiando decisões e o planejamento de ações.

Também a busca da qualidade e segurança para os participantes, por meio das nossas estruturas de atenção primária, foram novamente atestadas. A Joint Comission International (JCI) certificou a reacreditação das CliniCASSI Brasília Sul e Brasília Norte.

Assim, reiteramos o compromisso com a busca de soluções efetivas para enfrentar os desafios que estão postos, ao mesmo tempo em que acreditamos na construção de uma Instituição cada vez mais forte, sempre primando pela qualidade da saúde das mais de 700 mil vidas assistidas. É o momento de unir esforços, rever processos e buscar aprimoramento. A atuação firme dos trabalhadores da CASSI, dos órgãos de gestão e governança, dos associados e do patrocinador será fundamental para que a nossa Caixa de Assistência continue a cumprir sua missão de assegurar ações efetivas de atenção à saúde por meio de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, para uma vida melhor dos participantes.

Brasília, 5 de abril de 2018.

 

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