Análise econômico-financeira

Este capítulo apresenta a situação econômico-financeira da CASSI em 2019 na visão gerencial. Após sete anos consecutivos de déficit, as análises ora apresentadas detalham os principais fatores que levaram ao Resultado Líquido superavitário de R$ 944,1 milhões, a exemplo das novas receitas decorrentes da reforma estatutária do Plano de Associados e da assertividade da Instituição na adoção, a partir de julho de 2018, de estratégias e ações na gestão das despesas assistenciais.

Essa combinação se traduziu no reequilíbrio econômico-financeiro da CASSI e no cumprimento de grande parte dos indicadores econômico-financeiros acompanhados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Por dentro da análise

Nesta análise gerencial, os números são os mesmos apresentados na visão contábil, porém as contas são realocadas de forma a facilitar a tomada de decisão, diferentemente da visão contábil que segue os padrões estabelecidos pela ANS, pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

Para entender os quadros, veja o significado de termos usados nas tabelas:

Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – evidencia de forma vertical a formação do Resultado Líquido do exercício/período da CASSI, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas em conformidade com o regime de competência.

Contraprestações Líquidas – receitas assistenciais compostas por contribuições pessoais e patronais do Plano de Associados, mensalidades do CASSI Família e do Grupo Dependentes Indiretos (GDI) e ressarcimentos dos convênios de reciprocidade e do Banco do Brasil.

Eventos Indenizáveis Líquidos (EIL) – despesas com serviços médico-hospitalares e laboratoriais, recuperações dessas despesas por glosas e coparticipações, Programas de Assistência Farmacêutica (PAF) e de Assistência Domiciliar (PAD), parte dos custos dos serviços próprios (CliniCASSI) e despesas dos Convênios de Reciprocidade. Compõem também este grupo o Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE)1 e as Provisões Técnicas, a exemplo da Provisão para Eventos Ocorridos e Não Avisados (PEONA), constituída para fazer frente aos serviços médico-hospitalares e laboratoriais que provavelmente já ocorreram, mas que ainda não são de conhecimento da CASSI.

Resultado das Operações – diferença entre as receitas assistenciais (contraprestações líquidas) e as despesas assistenciais (EIL).

Despesas Administrativas – gastos com pessoal (proventos e encargos sociais, benefícios de alimentação e assistência médica entre outros), multas administrativas aplicadas pela ANS e demais despesas necessárias para o funcionamento da CASSI (processamento de dados, aluguéis, condomínio, manutenção predial, limpeza, serviços de terceiros etc).

Outras Receitas Operacionais – ressarcimento das despesas relativas aos convênios/contratos firmados com o BB, ressarcimento de eventuais déficits do Grupo de Dependentes Indiretos (GDI), taxa de administração2 paga pelo BB à CASSI, bem como recuperações de despesas de exercícios anteriores.

Outras Despesas Operacionais – perdas operacionais e provisões para perdas sobre créditos (inadimplência de participantes).

Resultado Financeiro Líquido – receitas oriundas da aplicação de recursos no mercado financeiro, atualização monetária de depósitos judiciais e recebimento em atraso e descontos obtidos, bem como despesas oriundas das movimentações financeiras, dos descontos concedidos, dos impostos e contribuições sobre as aplicações financeiras e suas provisões, além de encargos sobre tributos não relacionados às aplicações.

Ativos Garantidores3 – bens imóveis, ações, títulos e valores mobiliários de titularidade da Operadora, que lastreiam as provisões técnicas.

Provisões Técnicas – montante contabilizado em contas do balanço patrimonial da Operadora, com o objetivo de dimensionar as suas obrigações futuras decorrentes de riscos ocorridos ou não, possibilitando a avaliação adequada de suas responsabilidades, previstas nas normas aplicáveis.

Reservas Financeiras – disponibilidade de recursos financeiros em caixa não destinados aos pagamentos de obrigações de curto prazo.

A seguir, apresenta-se, sob a ótica gerencial, a análise dos principais itens que compõe o resultado de 2019, de forma consolidada e por Planos (Associados e CASSI Família).

Resultado consolidado


Apresentamos a seguir a DRE Consolidada e na sequência a explicação dos principais itens que compõem a tabela abaixo.

Demonstração de Resultado do Exercício - Gerencial - Consolidado
Resultados (R$ mil) 2017 2018 2019 Variação (2019/2018)
Absoluta Percentual
Contraprestações Líquidas 4.329.925 4.914.218 5.666.281 752.063 15,3%
Contraprestações Correntes 4.037.352 4.286.426 4.656.667 370.241 8,6%
Novo Modelo de Custeio - - 447.511 447.511 -
Convênios de Reciprocidade 33.241 395.917 331.281 (64.636) -16,3%
Contrib. Temporária e Extraord. Associados (CTE) 221.737 226.492 216.656 (9.836) -4,3%
Benefício Especial Temporário (BET) 37.595 5.383 14.166 8.783 163,2%
Eventos Indenizáveis Líquidos (4.375.106) (5.107.073) (5.051.183) 55.890 -1,1%
Eventos Indenizáveis Correntes (4.506.347) (5.014.017) (4.866.733) 147.284 -2,9%
Provisões Técnicas (PEL/PEONA) (113.763) (17.476) (169.700) (152.224) 871,1%
Convênios de Reciprocidade - (344.320) (295.499) 48.821 -14,2%
Ressarc. Temporário e Extraord. BB (RTE) 245.004 268.740 280.749 12.009 4,5%
Resultado das Operações (45.181) (192.855) 615.098 807.953 -x-
Despesas Administrativas (326.015) (338.945) (341.711) (2.766) 0,8%
Despesas Administrativas Correntes (358.246) (371.195) (379.118) (7.923) 2,1%
Pessoal Próprio (210.933) (213.942) (216.646) (2.704) 1,3%
Localização e Funcionamento (78.544) (76.052) (73.033) 3.019 -4,0%
Serviços de Terceiros (41.045) (55.576) (58.215) 2.639 4,7%
Demais Desp. Adm 1 (27.724) (25.625) (31.224) (5.599) 21,8%
Ressarc. Temporário e Extraord. BB (RTE) 32.231 32.250 37.407 5.157 16,0%
Outras Receitas Operacionais 82.933 104.355 636.646 532.291 510,1%
Outras Receitas Operacionais Correntes 82.933 104.355 62.052 (42.303) -40,5%
Novo Modelo de Custeio - - 574.594 574.594 -
Outras Despesas Operacionais (44.636) (31.552) (39.234) (7.682) 24,3%
Resultado Operacional (332.899) (458.997) 870.799 1.329.796 -x-
Resultado Financeiro Líquido 120.475 77.579 69.162 (8.417) -10,8%
Resultado Patrimonial 6.274 3.729 4.129 400 10,7%
Resultado Líquido (206.150) (377.689) 944.090 1.321.779 -x-
Reservas Financeiras (R$ mil) 2017 2018 2019 Variação (2019 / 2018)
Absoluta Percentual
Consolidado 1.285.622 1.042.414 1.203.936 161.522 15,5%
Plano de Associados 549.370 537.198 675.306 138.108 25,7%
Plano CASSI Família 736.252 505.216 528.630 23.414 4,6%
Indicadores 2017 2018 2019
Índice de imobilização 2 33,4% -95,9% 12,6%
Índice de eficiência 3 7,5% 6,9% 6,0%
Índice de sinistralidade 4 101,0% 103,9% 89,1%

1 Publicidade e Propaganda, Tributos, Provisão p/ Contingências Adm. e Despesas Adm. Diversas
2 Ativo Permanente (Investimento + Imobilizado + Intangível) / Patrimônio Social
3 Despesas Administrativas / Contraprestações Líquidas
4 Eventos Indenizáveis Líquidos / Contraprestações Líquidas
*Eventuais diferenças nos valores publicados em 2017 e 2018 tratam-se de arredondamentos regularizados em 2019.


Contraprestações Líquidas (receitas assistenciais)

A CASSI encerrou o exercício de 2019 com receitas assistenciais de R$ 5,7 bilhões. Esse número representa expansão de 15,3% em relação ao de 2018, influenciado, principalmente, pelo registro das contribuições adicionais, pessoais e patronais, geradas pelo novo modelo de custeio do Plano de Associados.

Desconsiderando-se o valor de R$ 447,5 milhões referente às novas contribuições e o valor de R$ 331,3 milhões recebido dos convênios de reciprocidade, o crescimento das receitas assistenciais em 2019 teria sido de 8,2%, decorrente do reajuste das mensalidades dos planos CASSI Família I e II (13,69%) e do aumento das contribuições do Plano de Associados, conforme gráfico a seguir.


Por outro lado, ao longo de 2019 as receitas assistenciais foram impactadas negativamente pela evasão4 de aproximadamente 25 mil participantes (titulares e dependentes), registrando queda de 3,7% em relação a 2018, sendo 7 mil do Plano de Associados e 18 mil do CASSI Família.

Eventos Indenizáveis Líquidos (despesas assistenciais)

Enquanto a inflação saúde registrou 5,71%5 em 2019, as despesas assistenciais caíram 1,1% quando comparadas com aquelas observadas em 2018. O percentual de redução dessas despesas em 2019 ganha ainda mais relevância se compará-lo com o ano anterior, quando as despesas haviam crescido 16,7% em relação a 2017.

Desconsiderado o valor de R$ 295,5 milhões que correspondem às despesas geradas pelo atendimento a participantes dos convênios de reciprocidade, que são integralmente ressarcidas à CASSI, a queda das despesas assistenciais teria sido de 0,1%, conforme gráfico a seguir.


Conforme registrado na abertura deste capítulo, desde meados de 2018 a CASSI vem adotando estratégias e ações na gestão das despesas assistenciais, em especial renegociação com prestadores de serviços, revisão dos contratos de aquisição de medicamentos e gestão mais efetiva das despesas com internações hospitalares. O gráfico a seguir demonstra a evolução mensal dessas despesas ao longo de 2018 e 2019.

Comparando “receitas e despesas assistenciais” acumuladas em 2019 – e desconsiderando a entrada das novas contribuições –, observa-se dois pontos importantes:

a) resultado operacional superavitário na maioria dos meses de 2019.

b) forte redução no índice de sinistralidade, de 104% em 2018 para 97% em 20196, o melhor resultado dos últimos cinco anos. Veja gráficos a seguir:

Despesas Administrativas

As Despesas Administrativas registraram acréscimo de 0,8% em 2019, inferior à inflação do ano, de 4,31% (IPCA)7. O crescimento das Despesas Administrativas torna-se mais significativo quando comparado ao de 2018 (4%). A queda é fruto da racionalização e de rigoroso controle dos gastos, apoiado na adoção de novos processos e da implementação de novas soluções.

Mesmo desconsiderados os R$ 37,4 milhões referentes ao Ressarcimento Temporário e Extraordinário (RTE) – que deduz custos com a estrutura das CliniCASSI –, o aumento das despesas administrativas teria sido de 2,1% e continuaria abaixo da inflação anual, conforme gráfico a seguir.

Outras Receitas Operacionais

O crescimento de 510,1% em Outras Receitas Operacionais em relação a 2018 decorre do registro da taxa de administração, de R$ 123,7 milhões, e da liquidação do contrato do GDI8, no montante de R$ 450,9 milhões, totalizando R$ 574,6 milhões. Se desconsiderar tais receitas, esse grupamento teria sido reduzido em 40,5% comparado ao ano anterior, conforme gráfico abaixo.

Outras Despesas Operacionais

O aumento de 24,3% em Outras Despesas Operacionais em 2019, quando comparado a 2018, decorre do acréscimo de constituição de Provisão para Perdas sobre Créditos (PPSC) e realização de perdas operacionais, devido, principalmente, à inadimplência e ao cancelamento dos planos de saúde, sobretudo do CASSI Família.

Resultado Operacional

Conforme se observa na DRE Consolidada9, em 2019 o Resultado Operacional apresentou evolução de R$ 1,3 bilhão quando comparado a 2018, influenciado pelo Resultado das Operações, que se mostrou superavitário em R$ 615,1 milhões. Somado às outras receitas operacionais de R$ 636,6 milhões e deduzidos R$ 341,7 milhões das despesas administrativas e R$ 39,2 milhões das despesas operacionais, a CASSI alcançou Resultado Operacional superavitário de R$ 870,8 milhões em 2019, conforme gráfico a seguir.

Desconsiderando-se as receitas extraordinárias provenientes do novo modelo de custeio (R$ 1,0 bilhão), o Resultado Operacional teria sido deficitário em R$ 151,3 milhões.

Resultado Financeiro Líquido

Em 2019, o Resultado Financeiro Líquido foi inferior em 10,8% quando comparado ao exercício anterior, conforme demonstrado no gráfico abaixo. O decréscimo observado nas receitas financeiras decorre, principalmente, da redução da taxa de juros de mercado e do aumento dos resgates10 das reservas financeiras da CASSI realizados ao longo do ano. Embora o Resultado Financeiro tenha apresentado decréscimo em relação a 2018, as reservas financeiras11 apresentaram incremento de R$ 161,5 milhões, ocasionadas pelo aumento das receitas no valor de R$ 108,2 milhões12 e dos rendimentos financeiros no montante de R$ 53,3 milhões.

Resultado Líquido

O Resultado Líquido de 2019 foi superavitário em R$ 944,1 milhões, alavancado pelas receitas extraordinárias na ordem de R$ 1,0 bilhão geradas pelo novo modelo de custeio do Plano de Associados, sendo R$ 571,2 milhões decorrentes das contribuições pessoais e patronais e R$ 450,9 milhões provenientes da liquidação antecipada do contrato do GDI. Desconsiderando-se o impacto dessas receitas o Resultado Líquido teria sido deficitário em R$ 78 milhões.

Mesmo que comparando o resultado deficitário de R$ 78 milhões com aquele registrado em 2018 (R$ 378 milhões), a CASSI teria melhorado seu resultado em R$ 300 milhões (79,4%), fruto da assertividade da Operadora na adoção de estratégias e ações na gestão das despesas assistenciais e da racionalização dos gastos administrativos, conforme gráfico a seguir.

O Memorando de Entendimento iniciou-se em dezembro/2016 com ações voltadas à sustentabilidade do Plano de Associados e perdurou até dezembro de 2019. Dentre essas medidas, constou o incremento de receita assistencial, proveniente da contribuição extraordinária e temporária de 1% pelos associados (CTE), e do ressarcimento de despesas com programas de saúde (RTE), feito pelo Banco do Brasil (BB), este último atualizado anualmente pela Fipe Saúde.

Com isso, a CASSI contou com esses dois reforços que impactaram positivamente os seus resultados no período supracitado. A contribuição extraordinária paga pelos Associados gerou R$ 682 milhões extras para a CASSI, enquanto o ressarcimento pelo BB gerou 919 milhões no referido período, conforme quadro a seguir.

Contribuição Temporária e Extraordinária - CTE

Ano Aposentados e Pensionistas Ativos  Total
2016 10.450 7.010 17.460
2017 137.213 84.524 221.737
2018 140.144 86.348 226.492
2019 134.279 81.965 216.244
TOTAL 422.086 259.847 681.933

Ressarcimento Temporário e Extraordinário - RTE

Valor a Ressarcir Valor Ressarcido Diferença
23.000 23.000 -
277.941 277.235 -706
300.990 300.990 -
321.287 318.157 -3.130
923.218 919.382 -3.836
A pequena diferença apresentada, no total de R$ 3,8 milhões, entre o valor a ressarcir e o ressarcido pelo BB, deve-se ao fato de que em alguns meses o montante das despesas passíveis de ressarcimento ficou abaixo do valor base acordado.

Quando da elaboração do orçamento do exercício de 2019, projetava-se Resultado Líquido deficitário de R$ 819,7 milhões. Levando-se em consideração que esse resultado agravaria ainda mais a situação econômico-financeira da CASSI – uma vez que já vinha apresentando déficits por sete anos consecutivos –, estabeleceu-se meta desafiadora de redução de despesas na ordem de R$ 820 milhões, o que levou à aprovação do orçamento de 2019 com resultado superavitário de R$ 616 mil.

Considerando que o Resultado Líquido em 2019 foi deficitário de R$ 78 milhões, sem considerar as receitas adicionais resultantes do novo modelo de custeio, contabilizadas em dezembro/2019, frente ao projetado de R$ 819,7 milhões, observa-se ganho de produtividade de R$ 741,7 milhões13, conforme demonstrado no gráfico a seguir, atingindo 90,5% da meta estabelecida.

Reservas Financeiras

A CASSI está obrigada pela legislação (RN 392 da ANS) a apresentar ativos garantidores vinculados, na proporção de um para um, no montante mínimo das provisões técnicas. Para atender a tal regulamentação, a CASSI mantém suas reservas financeiras aplicadas em títulos públicos federais e fundos de investimentos que possam ser lastreadores de tais obrigações.

O gráfico a seguir apresenta as variações das reservas, por plano, nos últimos três exercícios.

Na visão consolidada, observa-se que desde 2017 a CASSI vinha apresentando insuficiência de reservas líquidas. Com o ingresso dos recursos adicionais provenientes do novo modelo de custeio foi possível recompor as reservas do Plano de Associados, uma vez que parte dos recursos já impactaram o caixa da Operadora em dezembro de 2019.

Em relação ao CASSI Família, o déficit da reserva líquida observado decorre, principalmente, do aumento das provisões técnicas e das despesas administrativas. Registra-se, também, o fato de uma parte das reservas desse Plano estarem bloqueadas para fazer frente a Execução Fiscal de ISS no DF, no montante de R$ 201,9 milhões (dezembro/2019).

Diante dessa situação e considerando que parte do valor bloqueado é de responsabilidade do Plano de Associados, a CASSI adotou medidas, em janeiro/2020, que permitiram o repasse de recursos finaneiros do Plano de Associados para as reservas do CASSI Família, no montante de R$ 104,8 milhões.

As reservas brutas por modalidade de aplicação estão detalhadas no gráfico abaixo.

Rentabilidade das reservas financeiras

As Reservas Financeiras da CASSI são aplicadas em renda fixa, em diferentes instrumentos financeiros: nos fundos BB Advantage 39, BB RF CP 10 milhões e BB RF Crédito Privado LP Dedicado ANS 20 milhões, em carteira administrada de títulos públicos federais (LFT) e em depósito cooperativo (RDC Cooperforte).

Os fundos de investimentos têm os ativos avaliados pelo seu valor de mercado e suas quotas são apuradas e divulgadas diariamente pela BB DTVM. Os títulos de renda fixa públicos, da carteira administrada, são reconhecidos pelo custo de aquisição, atualizados por seus rendimentos e ajustados a valor de mercado.

As aplicações em Recibos de Depósito Cooperativo (RDC), junto à Cooperforte, foram resgatadas no primeiro trimestre de 2018 e os valores aplicados nos fundos de investimentos (renda fixa) para fazerem parte dos ativos garantidores junto à ANS. O saldo remanescente aplicado em RDC é resultante de sobras distribuídas pela Cooperforte em 2019 referentes às aplicações em RDC de 2018.

No exercício de 2019, as aplicações em fundos de investimentos BB apresentaram rentabilidade de 6,1%, enquanto a carteira administrada apresentou rentabilidade de 6,0% e as aplicações em RDC Cooperforte, de 6,1%.

A rentabilidade consolidada das reservas financeiras em 2019 foi de 6,2%, o que representa rendimento equivalente a 103,2% da Taxa Média Selic (TMS) do período.

Indicadores acompanhados pela ANS

A combinação da boa performance operacional da CASSI em 2019 aliada à entrada dos valores decorrentes do novo modelo de custeio do Plano de Associados traduziu-se na melhora expressiva dos principais indicadores de desempenho, cumprindo com boa parte dos indicadores econômico-financeiros14 acompanhados pela ANS.

Por outro lado, os “Ativos Garantidores” continuaram desenquadrados ao final de 2019, uma vez que são uma fotografia do saldo dos ativos financeiros no mês, não sendo impactados pelo resultado contábil. No entanto, a partir de janeiro de 2020 esse indicador também já se encontra regularizado, considerando que a maior parte dos recursos pagos pelo BB foram recebidos neste mês.

Com relação à “Margem de Solvência” – capital necessário para suportar eventuais efeitos negativos de oscilações não esperadas do mercado, como aumento de sinistralidade, evasão de beneficiários etc –, verificou-se, em 2019, insuficiência de apenas R$ 26 milhões, conforme demonstrado no gráfico a seguir. Também em janeiro de 2020 esse indicador cumpriu as regras determinadas pela ANS para constituição do patrimônio social ajustado.

Capital Circulante Líquido

Este indicador mede a diferença entre o ativo circulante (recursos financeiros) e o passivo circulante (obrigações com terceiros que vencerão até o final do exercício seguinte). Tem o objetivo de evidenciar se há folga financeira nos ativos de curto prazo em relação aos passivos de curto prazo, conforme fórmula demonstrada a seguir:

Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante



O Capital Circulante Líquido após apresentar insuficiência ao longo de vários meses, registrou, em 2019, suficiência de R$ 361 milhões, fruto das receitas extraordinárias decorrentes da mudança estatutária da CASSI, conforme gráfico a seguir.

Salienta-se que, em cumprimento à Lei nº 6.404/76, artigo 179, inciso II, a CASSI registra no longo prazo aplicações financeiras que tenham vencimento após o término do exercício seguinte (Letras Financeiras do Tesouro – LFT). Embora essas aplicações não venham a impactar o CCL, 100% delas estão vinculadas na ANS para garantia de provisões técnicas.

Liquidez Corrente

Esse indicador mede a capacidade que a empresa possui, a curto prazo, de liquidar com todas as suas dívidas exigíveis de curto prazo. O resultado deve ser igual ou maior que 1 e dá-se pela fórmula:


Liquidez Corrente =
Ativo Circulante

Passivo Circulante


A CASSI apresentou expressiva melhora no indicador, 115,8%, em relação a 2018 (0,57). O resultado de 1,23 indica que a Instituição possui R$ 1,23 para cada R$ 1,00 de obrigação a curto prazo, conforme gráfico a seguir:

Apesar de esse indicador ter apresentado resultado abaixo de 1 ao longo dos anos de 2018 e 2019, a CASSI buscou cumprir com a totalidade dos seus compromissos.

Liquidez Geral

Esse indicador revela a capacidade de a empresa possuir suficiência de ativos para honrar com as suas obrigações de curto e longo prazo. O resultado do indicador deve ser igual ou maior que 1 e dá-se pela fórmula:


Liquidez Geral =
Ativo Circulante + Ativo Não Circulante

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante


O índice de Liquidez Geral aumentou para 1,50 ao final de 2019, evoluindo em 0,57 pontos percentuais em relação a 2018 (0,93), conforme gráfico a seguir.

Demais indicadores

Índice de Eficiência

Expressa em valores percentuais, o quanto das receitas assistenciais (contraprestações líquidas) foram destinados a financiar as despesas administrativas (quanto menor, melhor é o índice), conforme fórmula demonstrada a seguir.


Índice de Eficiência =
Despesas Administrativas

Contraprestações Líquidas


Em 2019, o Índice de Eficiência foi de 6,0%. Sem considerar o impacto dos recursos do novo modelo de custeio, o índice teria sido de 6,5%, conforme gráfico a seguir:

Nota: As despesas com o pessoal das CliniCASSI (médicos, enfermeiros etc) estão alocadas em Eventos Indenizáveis Líquidos e as despesas com o pessoal administrativo estão alocadas em Despesas Administrativas.

Índice de Sinistralidade

Expressa o consumo das receitas assistenciais (contraprestações líquidas) pelas despesas assistenciais (eventos indenizáveis líquidos – EIL), conforme fórmula demonstrada a seguir:


Índice de Sinistralidade =
EIL

Contraprestações Líquidas


O gráfico a seguir apresenta duas informações importantes: o Índice de Sinistralidade de 2019 em relação ao ano anterior, sem considerar a entrada dos novos recursos, apresentou significativa redução, saindo de 104% para 97%. Além disso, se considerarmos os recursos provenientes do novo modelo de custeio, tal redução foi ainda mais expressiva, de 104% para 89%, totalmente condizente com a sinistralidade apresentada pelas operadoras de autogestão.

Demonstrativos por Plano

Plano de Associados
Demonstração de Resultados do Exercício - Gerencial - Plano de Associados
Resultados (R$ mil) 2017 2018 2019 Variação (2019 / 2018)
Absoluta Percentual
Contraprestações Líquidas 2.197.190 2.562.751 3.031.839 469.088 18,3%
Contraprestações Correntes 1.904.617 1.934.959 2.022.225 87.266 4,5%
Novo Modelo de Custeio - - 447.511 447.511 --
Convênios de Reciprocidade 33.241 395.917 331.281 (64.636) -16,3%
Contrib. Temporária e Extraord. Associados (CTE)1 221.737 226.492 216.656 (9.836) -4,3%
Benefício Especial Temporário (BET) 37.595 5.383 14.166 8.783 163,2%
Eventos Indenizáveis Líquidos (2.348.058) (2.910.719) (2.773.912) 136.807 -4,7%
Eventos Indenizáveis Correntes (2.523.150) (2.830.355) (2.658.044) 172.311 -6,1%
Provisões Técnicas (PEL/PEONA) (69.912) (4.784) (101.118) (96.334) 2013,5%
Convênios de Reciprocidade - (344.320) (295.499) 48.821 -14,2%
Ressarc. Temporário e Extraord. BB (RTE)1 245.004 268.740 280.749 12.009 4,5%
Resultado das Operações (150.868) (347.968) 257.927 605.895 -
Despesas Administrativas (27.578) (11.428) 20.919 32.347 -
Despesas Administrativas Correntes (59.809) (43.678) (16.488) 27.190 -62,3%
Pessoal Próprio (32.550) (23.360) (7.031) 16.329 -69,9%
Localização e Funcionamento (13.257) (9.057) (3.266) 5.791 -63,9%
Serviços de Terceiros (6.461) (6.016) (1.878) 4.138 -68,8%
Demais Desp. Adm 2 (7.541) (5.245) (4.313) 932 -17,8%
Ressarc. Temporário e Extraord. BB (RTE)1 32.231 32.250 37.407 5.157 16,0%
Outras Receitas Operacionais 56.253 73.832 619.427 545.595 739,0%
Outras Receitas Operacionais Correntes 56.253 73.832 44.833 (28.999) -39,3%
Novo Modelo de Custeio - - 574.594 574.594 -
Outras Despesas Operacionais (13.288) (5.859) (4.043) 1.816 -31,0%
Resultado Operacional (135.481) (291.423) 894.230 1.185.653 -
Resultado Financeiro Líquido 43.264 36.625 33.289 (3.336) -9,1%
Resultado Patrimonial 6.163 3.610 3.950 340 9,4%
Resultado Líquido (86.054) (251.188) 931.469 1.182.657 -
Índice de sinistralidade 106,9% 113,6% 91,5%    
População 409.405 403.701 396.750 (6.951) -1,7%
População de contribuintes 3 193.793 191.649 188.944 (2.705) -1,4%
População de dependentes 4 215.612 212.052 207.806 (4.246) -2,0%

1 Valores ressarcidos à CASSI em função do Memorando de Entendimentos com vigência até dezembro/2019.
2 Publicidade e Propaganda, Tributos, Provisão p/ Contingências Adm. e Despesas Adm. Diversas.
3 Funcionários BB, Autopatrocinado, Licença Interesse, Aposentados, Pensionistas, Dependentes Indiretos, outros.
4 Dependentes de funcionários BB, Autopatrocinado, Licença Interesse e Aposentados.
*Eventuais diferenças nos valores publicados em 2017 e 2018 tratam-se de arredondamentos regularizados em 2019.

Contraprestações Líquidas (receitas assistenciais) do Plano de Associados

O Plano de Associados encerrou o ano de 2019 com receitas assistenciais de R$ 3,0 bilhões, influenciadas, principalmente, pelo registro das contribuições pessoais e patronais estabelecidas pelo modelo de custeio do Plano de Associados no montante de R$ 447,5 milhões.

Sem o efeito desses R$ 447,5 milhões, somado às receitas dos convênios de reciprocidade de R$ 331,3 milhões, o crescimento das receitas assistenciais representaria 4,0% sobre o ano anterior, motivado pelo reajuste das contribuições do Plano de Associados, em função dos reajustes salariais e benefícios dos funcionários, aposentados e pensionistas do BB, conforme gráfico a seguir.

EIL (despesas assistenciais) do Plano de Associados

Em 2019, as despesas assistenciais do Plano de Associados reduziram 3,4%, em comparação ao exercício anterior, alcançando R$ 2,5 bilhões, quando desprezado os valores correspondentes aos repasses relacionados aos convênios de reciprocidade.

Considerando os R$ 295,5 milhões relativo aos convênios de reciprocidade, a redução das despesas assistenciais seria ainda mais significativa, de 4,7%, conforme gráfico a seguir.

Resultado das Operações do Plano de Associados

Em 2019, o Resultado das Operações foi superavitário em R$ 257,9 milhões, refletindo uma melhora expressiva de 174% em relação ao ano anterior. A maior parte desse resultado decorre das receitas extraordinárias do modelo de custeio vigente. Sem o impacto dessas novas receitas, o resultado seria deficitário em R$ 189,6 milhões, e mesmo assim, ainda representaria evolução significativa de 46% em relação ao registrado no exercício anterior.

O gráfico a seguir demonstra a evolução mensal das receitas e despesas assistenciais em 2018 e 2019.

Resultado Líquido do Plano de Associados

O Resultado Líquido foi superavitário em R$ 931,5 milhões, impulsionado pelas receitas extraordinárias na ordem de 1,0 bilhão geradas pelo novo modelo de custeio, sendo R$ 571,2 milhões decorrentes das contribuições pessoais e patronais e R$ 450,9 milhões provenientes da liquidação antecipada do contrato do GDI, conjugado com uma gestão mais eficiente na redução das despesas assistenciais desde meados de 2018. Desconsiderando-se o impacto dessas receitas o Resultado Líquido teria sido deficitário em R$ 90,6 milhões.

Mesmo comparando esse resultado deficitário de R$ 90,6 milhões de 2019 com o registrado em 2018 (R$ 251,2 milhões), observa-se melhora de 63,9% nesse período.

Plano CASSI Família
Demonstração de Resultado do Exercício - Gerencial - Plano CASSI Família
Resultados (R$ mil) 2017 2018 2019 Variação (2019 / 2018)
Absoluta Percentual
Contraprestações Líquidas 2.132.735 2.351.467 2.634.442 282.975 12,0%
CASSI Família I 601.565 648.710 702.671 53.961 8,3%
CASSI Família II 1.531.170 1.702.757 1.931.771 229.014 13,4%
Eventos Indenizáveis Líquidos (2.027.048) (2.196.354) (2.277.271) (80.917) 3,7%
Eventos Indenizáveis Correntes (1.983.197) (2.183.662) (2.208.689) (25.027) 1,1%
Provisões Técnicas (PEL/PEONA) (43.851) (12.692) (68.582) (55.890) 440,3%
Resultado das Operações 105.687 155.113 357.171 202.058 130,3%
Despesas Administrativas (298.437) (327.517) (362.630) (35.113) 10,7%
Pessoal Próprio (178.383) (190.582) (209.615) (19.033) 10,0%
Localização e Funcionamento (65.287) (66.995) (69.767) (2.772) 4,1%
Serviços de Terceiros (34.584) (49.560) (56.337) (6.777) 13,7%
Demais Desp. Adm 1 (20.183) (20.380) (26.911) (6.531) 32,0%
Outras Receitas Operacionais 26.680 30.523 17.219 (13.304) -43,6%
Outras Despesas Operacionais (31.348) (25.693) (35.191) (9.498) 37,0%
Resultado Operacional (197.418) (167.574) (23.431) 144.143 -86,0%
Resultado Financeiro Líquido 77.211 40.954 35.873 (5.081) -12,4%
Resultado Patrimonial 111 119 179 60 51,1%
Resultado Líquido (120.096) (126.501) 12.621 139.122 -110,0%
Índice de sinistralidade 95,0% 93,4% 86,4%    
População 279.819 274.118 255.992 (18.126) -6,6%

1 Publicidade e Propaganda, Tributos, Provisão p/ Contingências Adm. e Despesas Adm. Diversas.
*Eventuais diferenças nos valores publicados em 2017 e 2018 tratam-se de arredondamentos regularizados em 2019.

Contraprestações Líquidas (receitas assistenciais) do CASSI Família

As receitas assistenciais do CASSI Família cresceram 12% em relação à registrada no mesmo período de 2018, atingindo 2,6 milhões. Contribuíram para a evolução os reajustes aplicados por mudança de faixa etária do participante e a aplicação de reajuste médio de 16,63%, a partir de agosto de 2018, e de 13,69%, a partir de agosto de 2019, no aniversário do contrato.

Por outro lado, registrou-se perda de 18 mil participantes em 2019, fortemente influenciada pelos reajustes de mensalidades em 2018 e 2019, necessários para a manutenção da solvência do plano. A tabela a seguir mostra o comparativo dos reajustes aplicados pela CASSI e os autorizados pela ANS.

Recomendação de Reajuste - Plano CASSI Família
Período Atuarial Reajuste Concedido ANS
(reajuste)
CASSI Família I CASSI Família II Total Reajuste Médio CASSI Família I CASSI Família II Total Reajuste Médio
2008 5,79% 5,79% 5,79% 6,66% 0,00% 3,33% 5,48%
2009 5,83% 5,83% 5,83% 0,00% 0,00% 0,00% 6,76%
2010 10,94% 16,00% 13,47% 6,73% 6,73% 6,73% 6,73%
2011 11,66% 12,78% 12,22% 8,69% 7,69% 8,19% 7,69%
2012 14,73% 10,57% 12,65% 17,73% 13,57% 15,65% 7,93%
2013 12,71% 15,42% 14,07% 12,71% 15,42% 14,07% 9,04%
2014 9,90% 8,81% 9,36% 9,90% 8,81% 9,36% 9,65%
2015 11,34% 14,26% 12,80% 11,34% 9,45% 10,40% 13,55%
2016 16,60% 17,40% 17,00% 16,60% 13,50% 15,05% 13,57%
2017 12,43% 9,05% 10,74% 12,43% 9,05% 10,74% 13,55%
2018 15,87% 17,38% 16,63% 15,87% 17,38% 16,63% 10,00%
2019 11,37% 13,69% 12,53% 13,69% 13,69% 13,69% 7,35%
Média 11,60% 12,25% 11,92% 11,03% 9,61% 10,32% 9,28%

Fonte: ANS. Histórico de reajuste por variação de custo pessoa física. Disponível em: http://www.ans.gov.br/planos-desaude-e-operadoras/espaco-do-consumidor/270-historicoreajuste-variacao-custo-pessoa-fisica. Acesso em 10 fev.2020; CASSI. Reajuste das mensalidades.


EIL (despesas assistenciais) do CASSI Família

As despesas assistenciais do CASSI Família cresceram 3,7% em 2019, quando comparadas com 2018, alcançando 2,3 bilhões, conforme demonstrado no gráfico a seguir:

Resultado Líquido do CASSI Família

O Resultado Líquido aumentou 110% em relação a 2018, atingindo R$ 12,6 milhões, mesmo arcando com 96% das despesas administrativas totais15. O superávit reflete a melhora no Resultado das Operações, motivada pelo incremento das receitas assistenciais (12%) em patamar superior ao crescimento dos eventos indenizáveis líquidos (3,7%).

Considerações finais

Desde 2012, a CASSI vinha operando com sucessivos déficits, em sua maioria, pelo descasamento entre receitas e despesas assistenciais. Um prejuízo agravado pela inflação saúde, que vem crescendo em ritmo maior do que os reajustes salariais, aliado ao aumento de coberturas, de procedimentos realizados, da incorporação de novas tecnologias e novos medicamentos.

Tais déficits contribuíram para a exaustão das reservas financeiras, culminando na inversão do patrimônio social da Instituição em 2018. Essa situação levou a CASSI ao descumprimento de diversos indicadores econômico-financeiros acompanhados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), colocando-a sob direção fiscal a partir de julho de 2019.

O gráfico abaixo mostra a evolução do Resultado Líquido ao longo dos anos, evidenciando as receitas extraordinárias recebidas à época. Sem o recebimento desses recursos, o Resultado Líquido da CASSI estaria ainda mais agravado.


O ano de 2019 foi bastante desafiador para a CASSI, marcado por esforços mútuos em busca de mudanças estruturantes e pela eficiência operacional na gestão das despesas assistenciais e na racionalização das despesas administrativas. A conjugação desses fatores se traduziu na melhora expressiva do Resultado Líquido16, que foi deficitário em R$ 78 milhões. Mesmo que deficitário, observa-se uma melhora de R$ 300 milhões (79,4%) em relação ao resultado também deficitário registrado em 2018 (R$ 378 milhões).

Importante destacar que a reforma estatutária aprovada pelo corpo social em novembro possibilitou o ingresso imediato de novas receitas em dezembro de 2019, levando a CASSI a apresentar resultado superavitário de R$ 944,1 milhões. Esse resultado trouxe mudanças estruturantes de custeio e de gestão, proporcionando equilíbrio econômicofinanceiro entre receitas e despesas e o cumprimento dos principais indicadores exigidos pela ANS em janeiro de 2020.

No entanto, mesmo com o aporte de R$ 1,0 bilhão recebidos em dezembro de 2019, para se obter sustentabilidade ao longo dos próximos anos faz-se necessário seguir na busca incessante pela eficiência operacional. Isso significa trabalhar fortemente na redução das despesas assistenciais e no controle dos gastos, visando garantir uma economia de R$ 1,2 bilhão até o final de 2022, conforme disposto no Programa de Saneamento entregue à ANS em dezembro de 2019.

O referido Programa tem vigência de 36 meses (outubro/2019 a setembro/2022) e, para tanto, considerou-se no mês de outubro de 2019 o resultado realizado deficitário de R$ 43 milhões17, e para os demais meses os valores projetados. Decorridos três meses de Programa, o resultado líquido apresentado pela CASSI foi de R$ 58 milhões deficitários, contra um resultado projetado de R$ 126 milhões também deficitário, desconsideradas as receitas extraordinárias geradas pelo novo modelo de custeio. Logo, a CASSI já acumula ganho de eficiência de R$ 68 milhões em relação ao Programa, demonstrado na tabela abaixo:

Programa de saneamento X realizado

2019 Projetado Realizado
R$ milhões
outubro -43 -43 -
novembro -38 -8 30
dezembro -45 -8 38
Total -126 -58 68

Por último, considerados os valores decorrentes do novo modelo de custeio a CASSI já cumpre com a totalidade dos indicadores econômico-financeiros acompanhados pela ANS em janeiro de 2020.

Dúvidas sobre o Relatório 2019 podem ser enviadas para relatorioanual@cassi.com.br.